A criança vadia dorme sozinha,
atirada num canto da cidade
que nada lhe dá.
Só tem como coberta
o fogo do seu sonho pra lhe esquentar.
Seu acalento é um outro destino,
diferente daquele que enfrenta:
casa, comida, família e um pequeno cão
para acariciar.
O básico lhe é negado.
A vida só lhe faz cortes e atira o sal
e não há mãos para lhe curar,
somente o vento gélido
vem naquele momento lhe abraçar.
A cidade em seu lençol cinza
dorme tranqüila
Dormirá?
cp-araujo@uol.com.br
Célio Pires
Publicado no Recanto das Letras em 12/07/2005Código do texto: T33227
Site original: http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/33227
quinta-feira, 9 de abril de 2009
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